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- 14/12/2018 16:13:08 - JUNTADA DE ACÓRDÃO
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Processo:
0007622-44.2016.8.16.0004
(Acórdão)
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Segredo de Justiça:
Não |
Relator(a):
Wellington Emanuel Coimbra de Moura Desembargador
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Órgão Julgador:
9ª Câmara Cível |
Comarca:
Curitiba |
Data do Julgamento:
Thu Dec 13 00:00:00 BRST 2018
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Fonte/Data da Publicação:
Fri Dec 14 00:00:00 BRST 2018 |
Ementa
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ
9ª CÂMARA CÍVEL - PROJUDI
RUA MAUÁ, 920 - ALTO DA GLORIA - Curitiba/PR - CEP: 80.030-901
Autos nº. 0007622-44.2016.8.16.0004
Apelação Cível n° 0007622-44.2016.8.16.0004
4ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba
Apelante(s): ITAU SEGUROS DE AUTO E RESIDENCIA S.A.
Apelado(s): COPEL DISTRIBUICAO S.A.
Relator: Desembargador Coimbra de Moura
RESPONSABILIDADE CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE
REGRESSO. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA. 1.
PRELIMINAR EM CONTRARRAZÕES. VIOLAÇÃO AO
PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE AFASTADA. 2. DANOS
ELÉTRICOS. NEXO CAUSAL. AUSÊNCIA DE PROVAS. ART.
373, I, DO CPC. 3. HONORÁRIOS RECURSAIS. CABIMENTO.
1. Areiteração, em sede de apelação, de argumentos expendidos em
manifestações processuais anteriores, não implica, por si só, na
inépcia do recurso, a qual só ocorrerá na hipótese em que as razões
do inconformismo não guardarem relação com os fundamentos da
sentença.2. É indispensável que a parte autora comprove o nexo de
causalidade entre os danos que o segurado sofreu em decorrência de
ação ou omissão da empresa concessionária de serviço público de
distribuição de energia elétrica, máxime por não ter havido a
inversão do ônus da prova.RECURSO CONHECIDO E NÃO
PROVIDO.
I – RELATÓRIO
Por brevidade, adoto o relatório da sentença proferida (mov. 67.1):
“Itaú Seguros de Auto e Residência S.A aforou Ação Regressiva de Ressarcimento de
Danos em face de Copel Distribuição S.A. Narra a autora que firmou contrato de seguro
com Luciano Barbosa, Benil Batista Barbosa Flores e Edemilso Gerald Angelott e que,
devido à oscilação no fornecimento de energia nos imóveis dos segurados, viu-se obrigada
a indenizá-los de acordo com os termos dos contratos particulares firmados entre eles.
Desse modo, pleiteia o ressarcimento dos valores indenizados, arguindo a aplicação do
Código de Defesa do Consumidor em caso de sub-rogação, a responsabilidade objetiva da
ré e a comprovação da falha na prestação dos serviços de fornecimento de energia.
Ressalta que tal valor deve ser atualizado monetariamente a partir da data do desembolso,
conforme preceitua a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça. Acompanham a
petição inicial documentos (mov. 1.2/1.21).
Na decisão inicial, foi reconhecida a aplicação do CDC e Indeferida a inversão do ônus da
prova (mov. 11.1)
Citada, a Copel apresentou contestação (mov. 17.1). Nessa peça, suscitou a decadência, a
ausência de relação de consumo com a seguradora, a impossibilidade de inversão do ônus
da prova, a inaplicabilidade da responsabilidade objetiva, a ausência de nexo de
causalidade e a ausência de oscilação de energia elétrica na unidade consumidora.
Rechaça as demais alegações da autora, pugnando pela improcedência da demanda.
Juntou documentos (mov. 17.2/17.18).
A autora apresentou impugnação à contestação (mov. 21.4). Trouxe documentos (mov.
22.1/22.3).
Facultada a especificação de provas, a autora pleiteou o julgamento antecipado da
demanda (mov. 28.1), enquanto ré requereu a produção de prova pericial técnica (mov.
33.1).
O Ministério Público manifestou a ausência de interesse no feito (mov. 31.1).
Declarado o julgamento antecipado (mov. 35.1).
A ré opôs embargos de declaração, os quais foram julgados improcedentes (mov.
42.1/53.1).”
Posteriormente, sobreveio sentença (evento nº 67.1), que julgou improcedente o pedido inicial,
com fulcro no art. 487, I, do CPC. Outrossim, condenou a parte autora ao pagamento das custas
processuais e honorários advocatícios, sendo estes arbitrados em 10% do valor da causa, com
base no art. 85, §2º, do CPC.
Demonstrando sua insatisfação, ITAÚ SEGUROS DE AUTO E RESIDÊNCIA S.A. interpôs
recurso de apelação (referência 73.1), alegando, em síntese, que: o Juízo baseou suaa) a quo
decisão informando que não foi comprovado o nexo de causalidade, contudo os documentos
técnicos juntados aos autos comprovam o nexo de causalidade, dano este causado por culpa
exclusiva da apelada, única fornecedora de energia elétrica da região; ao ser acionada na épocab)
do sinistro, a apelante constatou que os danos nos equipamentos se deram em razão do pico de
tensão na rede elétrica; a responsabilidade civil das empresas concessionárias de serviçosc)
públicos é objetiva (art. 37, § 6º, da Constituição Federal); no presente caso é aplicável od)
Código de Defesa do Consumidor, por haver nítida relação de consumo; o Juízo imputoue) a quo
à apelante ônus probatório diabólico exigindo a comprovação da culpa da apelada pelo evento
danoso suportado pela apelante; a solução da questão repousa na causalidade e não na prova daf)
culpa da apelada por não ter agido conforme esperado; as telas de computador anexadas aog)
processo pela apelada não servem como prova, vez que podem ser alteradas unilateralmente.
A parte ré COPEL DISTRIBUIÇÃO S.A. apresentou contrarrazões (movimento nº 76.1),
pugnando, em preliminar, a ausência de dialeticidade recursal e, em caso de provimento do
recurso de apelação, alega cerceamento de defesa pela negativa de realização de prova pericial.
No mérito, requer o desprovimento do apelo.
O apelante manifestou-se sobre o alegado cerceamento de defesa (mov. 9.1), na forma do art.
1.009, § 2º, do CPC.
É o relatório.
II – VOTO
A parte apelada sustenta em sede preliminar de suas contrarrazões, que o recurso de apelação
interposto viola o princípio da dialeticidade, uma vez que o apelante se restringiu em repetir os
argumentos expostos em suas suas petições protocoladas nos autos, não abordando ou
combatendo os pontos decisórios.
A preliminar não merece acolhida, pois segundo a consolidada jurisprudência do Superior
Tribunal de Justiça, “a reiteração, em sede de apelação, de argumentos expendidos em
manifestações processuais anteriores, não implica, por si só, na inépcia do recurso, a qual só
ocorrerá na hipótese em que as razões do inconformismo não guardarem relação com os
(AgRg no AgRg no AREsp 645.743/SP, Rel. Ministro fundamentos da sentença (...)” MARCO
, QUARTA TURMA, julgado em 08/11/2016, DJe 21/11/2016).BUZZI
A despeito de o apelante ter repetido no recurso parte dos argumentos lançados anteriormente, as
razões recursais confrontam satisfatoriamente os fundamentos da sentença recorrida. Há
impugnação específica dos aspectos desfavoráveis da decisão (reexame da comprovação do nexo
de causalidade), com o efetivo ataque aos seus fundamentos, o que possibilitou, ainda, a
apresentação de contrarrazões.
Assim, satisfeitos os pressupostos processuais de admissibilidade, tanto extrínsecos como
intrínsecos, é de se conhecer do recurso de apelação.
Trata-se de recurso de apelação interposto pela seguradora autora em face da sentença que julgou
improcedente o pedido inicial formulado na presente ação regressiva.
Primeiramente, necessário se faz mencionar que a apelada (Copel Distribuição S.A.) é
concessionária de serviço público, razão pela qual responde civilmente, nos mesmos parâmetros
do Estado, eis que aplicável a teoria do risco administrativo, consagrado no § 6º, do artigo 37, da
Constituição Federal, que dispõe:
“§ 6º. As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito
de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa”.
Assim, a responsabilidade é objetiva, ou seja, independe da existência de culpa.
Dispõe o artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor que:
"Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da
existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem
como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição
e riscos.
§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o
consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as
circunstâncias relevantes, entre as quais: I - o modo de seu
fornecimento; II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se
esperam; III - a época em que foi fornecido".
Ademais, o art. 14, § 3º, do CDC, por sua vez, pontua as causas excludentes de responsabilização
por defeito na prestação do serviço, quais sejam:
"§ 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando
provar: I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste; II - a
culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro".
Conforme exposto alhures, cuida-se de responsabilidade objetiva da ré e, ainda, incide na espécie
a legislação consumerista, sendo que o fornecedor de serviços responde pela reparação dos danos
causados aos consumidores por defeitos concernentes à prestação dos serviços,
independentemente da existência ou comprovação de culpa, sendo, contudo, necessária a prova
no nexo de causalidade entre o ato ilícito e o dano.
Este é o escólio de Fábio Ulhoa Coelho:
“Para a caracterização da responsabilidade objetiva, bastam dois
pressupostos: a) dano patrimonial ou extrapatrimonial suportado pelo
bcredor; ) relação de causalidade entre a conduta do devedor descrita
em lei e o dano do credor. Aqui, o pressuposto subjetivo é
(Curso de direito civil, volume 2: Obrigações -irrelevante”.
Responsabilidade civil, 5. ed., São Paulo : Saraiva, 2012).
Para comprovação do nexo causal e o dano, a seguradora apelante apresentou com a exordial os
documentos constantes nos eventos 1.8 e 1.19, consubstanciados pelas apólices nos
33.14.013449844, 33.14.013812248 e 33.14.014541723, extratos obtidos na Agência Nacional de
Energia Elétrica (ANEEL) e laudo técnico.
Constou nos laudos unilateralmente produzidos pela apelante que o evento foi caracterizado como
“ ” (mov. 1.11), (mov. 1.12) e descarga atmosférica “descarga elétrica” “sobrecarga e sobtensão
devidos à queda de raios na região (mov. 1.13)na rede elétrica”
Por outro lado, a companhia de energia elétrica recorrida apresentou, igualmente, laudo técnico,
no qual consta a informação de que nos dias em que a parte autora reputou terem ocorrido os
danos (08/11/2015, 15/11/2015 e 16/11/2015) não houve interrupções do fornecimento de energia
elétrica ou perturbações no circuito elétrico na unidade consumidora, as quais pudessem causar
danos em instalações ou aparelhos elétricos consumidores. Do mais, os Indicadores de Qualidade
do Serviço não acusaram a ocorrência de qualquer interrupção de energia na unidade segurada no
período do sinistro (mov. 17.2, 17.8 e 17.13).
Desta forma, ante a apresentação de provas unilaterais produzidas por ambas as partes que
possuem conclusões opostas, mostrava-se indispensável a produção de prova, sob o crivo do
contraditório, para esclarecer as circunstâncias em que ocorreram os alegados danos, bem como
comprovar a existência do nexo causal.
Ocorre que, na espécie, não houve a inversão do ônus probatório, de modo que competia à parte
autora a comprovação dos fatos constitutivos de seu direito, ou seja, de que os danos teriam sido
causados por ação ou omissão da parte apelada, conforme inteligência do art. 373, I, do CPC.
Contudo, a parte autora, ora apelante, ao ser instada a especificar as provas que pretendia produzir
se limitou em requerer o julgamento antecipado da lide (evento 28.1), devendo-se, por
conseguinte, presumir a inexistência de nexo de causalidade.
Sobre o tema, veja-se a doutrina abalizada do Prof. Egas Moniz de Aragão:
“O melhor sem dúvida, é o que a lei adota em decorrência da
aplicação da teoria do ônus da prova: autoriza o magistrado a julgar
em desfavor daquele a quem incumbia produzir a prova necessária a
convencê-lo e ou não o fez ou, embora fazendo-o, fê-lo
insuficientemente e por isso não logrou o resultado pretendido
(formar o convencimento do julgador)”. (Exegese do Código de
Processo Civil. Ed. Aide, Vol. IV, tomo I, nº 55, pg. 86).
A propósito, esta Câmara assim se manifestou ao apreciar idêntica controvérsia:
“APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO REGRESSIVA DE RESSARCIMENTO
DO VALOR PAGO EM SEGURO - DESCARGA ATMOSFÉRICA -
COPEL - CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO DE ENERGIA
ELÉTRICA - INCIDÊNCIA DO CDC - TEORIA DA
RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA - IMPOSSIBILIDADE DE
INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA - AUSÊNCIA DE
HIPOSSUFICIÊNCIA - IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO INICIAL -
NEXO CAUSAL NÃO DEMONSTRADO - OCORRÊNCIA DE
SOBRECARGA DA REDE ELÉTRICA NÃO COMPROVADA -
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS CORRETAMENTE FIXADOS
RECURSO DESPROVIDO”. (TJPR - 9ª C. Cível - AC - 1527911-3 -
Curitiba - Rel. Des. - Unânime - - J.José Augusto Gomes Aniceto
02.06.2016).
Insta, ainda, colacionar o seguinte excerto do inteiro teor do Acórdão supracitado:
“Tem-se, assim, que a despeito de o técnico responsável pela
elaboração do Relatório de Regulação de Sinistro ter classificado o
sinistro como “danos elétricos”, tal conclusão unilateral, por não ter
sido produzida sobre o crivo do contraditório, não é suficiente à
comprovação da relação de causalidade existente entre o dano
ocorrido no equipamento da empresa segurada e alguma conduta
(ação ou omissão) da companhia de energia elétrica”.
No mesmo sentido, os seguintes arestos:
“APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO
REGRESSIVA DE DANO MATERIAL – COPEL. EMPRESA
CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO.
RESPONSABILIDADE OBJETIVA. DEVER DE PRESTAR SERVIÇO
PÚBLICO ADEQUADO, EFICIENTE, SEGURO E CONTÍNUO –
SEGURADORA. INDENIZAÇÃO PAGA AO SEGURADO.
SUB-ROGAÇÃO NOS DIREITOS DO SEGURADO. INCIDÊNCIA
DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.
RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO FORNECEDOR DE
SERVIÇOS. TEORIA DO RISCO EMPRESARIAL. – DANOS EM
EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS E ELETRÔNICOS POR
DESCARGA ELÉTRICA. INEXISTÊNCIA DE PROVA DE
SOBRECARGA NA REDE ELÉTRICA DA REQUERIDA.
AUSÊNCIA DE REGISTRO DE INTERRUPÇÃO DE
TRANSMISSÃO. NEXO DE CAUSALIDADE NÃO
. –DEMONSTRADO. RESSARCIMENTO INDEVIDO
INCIDÊNCIA DE HONORÁRIOS RECURSAIS. RECURSO
CONHECIDO E NÃO PROVIDO.”(TJPR - 9ª C. Cível -
0001738-97.2017.8.16.0004 - Curitiba - Rel.: Juiz Substituto em 2º
Grau - J. 02.08.2018).Rafael Vieira de Vasconcellos Pedroso
“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO REGRESSIVA DE SEGURADORA.
SUB-ROGAÇÃO. DANOS OCORRIDOS EM EQUIPAMENTOS
ELÉTRICOS. CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO -
COPEL. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA. ART. 14 DO CDC
E 37, § 6º DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. AUSÊNCIA DE
INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. AUTORA QUE NÃO SE
DESINCUMBIU DO ÔNUS PROBATÓRIA ACERCA DO NEXO
DE CAUSALIDADE ENTRE O DANO E A PRESTAÇÃO DE
SERVIÇO DA CONCESSIONÁRIA. ART. 333, I, CPC/73.
. SENTENÇARESPONSABILIDADE CIVIL NÃO CONSTATADA
MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO.”(TJPR - 8ª C. Cível - AC -
1494251-9 - Curitiba - Rel. Des. Clayton de Albuquerque
- Unânime - - J. 12.05.2016).Maranhão
“APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE RESSARCIMENTO -
SEGURADORA EM FACE DO SUPOSTO CAUSADOR DO DANO -
ARTIGO 786 DO CÓDIGO CIVIL - SENTENÇA DE
IMPROCEDÊNCIA - JULGAMENTO ANTECIPADO -
MANIFESTAÇÃO DAS PARTES PELA DESNECESSIDADE DE
PRODUÇÃO DE OUTRAS PROVAS - SEGURADORA QUE NÃO
COMPROVOU O NEXO CAUSAL ENTRE OS DANOS
SUPORTADOS PELA EMPRESA SEGURADA E AÇÃO OU
OMISSÃO DA COMPANHIA DE ENERGIA ELÉTRICA - ÔNUS
-QUE LHE INCUMBIA (ARTIGO 333, INCISO I, DO CPC)
RECURSO DESPROVIDO”. (TJPR - 8ª C. Cível - AC - 1430287-5 -
Curitiba - Rel. Des. - Unânime - - J.Marcos S. Galliano Daros
18.02.2016).
“AÇÃO DE RESSARCIMENTO. VALORES PAGOS EM RAZÃO DE
CONTRATO DE SEGURO. DANO SUPOSTAMENTE OCORRIDO
POR FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO DE FORNECIMENTO
DE ENERGIA ELÉTRICA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DOS
CONCESSIONÁRIOS DE SERVIÇO PÚBLICO. ARTS.37, §6º DA CF
E 927, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CC. IMPRESCINDIBILIDADE
DE DEMONSTRAÇÃO DO NEXO DE CAUSALIDADE ENTRE O
DANO E A FALHA NO SERVIÇO. DOCUMENTOS TRAZIDOS
COM A INICIAL QUE NÃO FAZEM PROVA SUFICIENTE DO
NEXO CAUSAL. AUTORA QUE PLEITEOU O JULGAMENTO
ANTECIPADO DA LIDE, SEM SE DESINCUMBIR DO ÔNUS
PROBATÓRIO. RESPONSABILIDADE DA RÉ NÃO
RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDOCOMPROVADA.
E DESPROVIDO”. (TJPR - 8ª C. Cível - AC - 1345839-0 - Curitiba -
Rel. Des. - Unânime - - J.Guilherme Freire de Barros Teixeira
18.06.2015).
Por estes motivos, merece permanecer intacta a r. sentença.
Considerando o desprovimento do recurso, a fim de remunerar o trabalho adicional do procurador
da parte adversa e evitar a interposição de recursos infundados, fixa-se honorários recursais em
favor do procurador da parte ré em 5% (cinco por cento) sobre o valor atualizado dado à causa
(R$ 3.481,60 – mov. 1.1), a ser somado com os já fixados na sentença recorrida, nos temos do
artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil.
CONCLUSÃO
Ante o exposto, voto por e ao recurso deconhecer negar provimento apelação, mantendo-se
integralmente a r. sentença, com a fixação de honorários recursais em favor do procurador da ré.
III - DISPOSITIVO
ACORDAM OS MAGISTRADOS INTEGRANTES DA NONA CÂMARA CÍVEL DO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ, POR UNANIMIDADE DE
VOTOS, EM CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO DE APELAÇÃO,
NOS TERMOS DO VOTO DO RELATOR.
O julgamento foi presidido pelo Desembargador José Augusto Gomes Aniceto, sem voto, e dele
participaram Desembargador Coimbra de Moura (relator), Juiz Subst. 2ºgrau Guilherme
Frederico Hernandes Denz e Desembargadora Vilma Régia Ramos de Rezende.
Curitiba, 13 de dezembro de 2018.
DES. COIMBRA DE MOURA
Relator
(TJPR - 9ª Câmara Cível - 0007622-44.2016.8.16.0004 - Curitiba - Rel.: DESEMBARGADOR WELLINGTON EMANUEL COIMBRA DE MOURA - J. 13.12.2018)
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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ 9ª CÂMARA CÍVEL - PROJUDI RUA MAUÁ, 920 - ALTO DA GLORIA - Curitiba/PR - CEP: 80.030-901 Autos nº. 0007622-44.2016.8.16.0004 Apelação Cível n° 0007622-44.2016.8.16.0004 4ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba Apelante(s): ITAU SEGUROS DE AUTO E RESIDENCIA S.A. Apelado(s): COPEL DISTRIBUICAO S.A. Relator: Desembargador Coimbra de Moura RESPONSABILIDADE CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE REGRESSO. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA. 1. PRELIMINAR EM CONTRARRAZÕES. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE AFASTADA. 2. DANOS ELÉTRICOS. NEXO CAUSAL. AUSÊNCIA DE PROVAS. ART. 373, I, DO CPC. 3. HONORÁRIOS RECURSAIS. CABIMENTO. 1. Areiteração, em sede de apelação, de argumentos expendidos em manifestações processuais anteriores, não implica, por si só, na inépcia do recurso, a qual só ocorrerá na hipótese em que as razões do inconformismo não guardarem relação com os fundamentos da sentença.2. É indispensável que a parte autora comprove o nexo de causalidade entre os danos que o segurado sofreu em decorrência de ação ou omissão da empresa concessionária de serviço público de distribuição de energia elétrica, máxime por não ter havido a inversão do ônus da prova.RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. I – RELATÓRIO Por brevidade, adoto o relatório da sentença proferida (mov. 67.1): “Itaú Seguros de Auto e Residência S.A aforou Ação Regressiva de Ressarcimento de Danos em face de Copel Distribuição S.A. Narra a autora que firmou contrato de seguro com Luciano Barbosa, Benil Batista Barbosa Flores e Edemilso Gerald Angelott e que, devido à oscilação no fornecimento de energia nos imóveis dos segurados, viu-se obrigada a indenizá-los de acordo com os termos dos contratos particulares firmados entre eles. Desse modo, pleiteia o ressarcimento dos valores indenizados, arguindo a aplicação do Código de Defesa do Consumidor em caso de sub-rogação, a responsabilidade objetiva da ré e a comprovação da falha na prestação dos serviços de fornecimento de energia. Ressalta que tal valor deve ser atualizado monetariamente a partir da data do desembolso, conforme preceitua a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça. Acompanham a petição inicial documentos (mov. 1.2/1.21). Na decisão inicial, foi reconhecida a aplicação do CDC e Indeferida a inversão do ônus da prova (mov. 11.1) Citada, a Copel apresentou contestação (mov. 17.1). Nessa peça, suscitou a decadência, a ausência de relação de consumo com a seguradora, a impossibilidade de inversão do ônus da prova, a inaplicabilidade da responsabilidade objetiva, a ausência de nexo de causalidade e a ausência de oscilação de energia elétrica na unidade consumidora. Rechaça as demais alegações da autora, pugnando pela improcedência da demanda. Juntou documentos (mov. 17.2/17.18). A autora apresentou impugnação à contestação (mov. 21.4). Trouxe documentos (mov. 22.1/22.3). Facultada a especificação de provas, a autora pleiteou o julgamento antecipado da demanda (mov. 28.1), enquanto ré requereu a produção de prova pericial técnica (mov. 33.1). O Ministério Público manifestou a ausência de interesse no feito (mov. 31.1). Declarado o julgamento antecipado (mov. 35.1). A ré opôs embargos de declaração, os quais foram julgados improcedentes (mov. 42.1/53.1).” Posteriormente, sobreveio sentença (evento nº 67.1), que julgou improcedente o pedido inicial, com fulcro no art. 487, I, do CPC. Outrossim, condenou a parte autora ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, sendo estes arbitrados em 10% do valor da causa, com base no art. 85, §2º, do CPC. Demonstrando sua insatisfação, ITAÚ SEGUROS DE AUTO E RESIDÊNCIA S.A. interpôs recurso de apelação (referência 73.1), alegando, em síntese, que: o Juízo baseou suaa) a quo decisão informando que não foi comprovado o nexo de causalidade, contudo os documentos técnicos juntados aos autos comprovam o nexo de causalidade, dano este causado por culpa exclusiva da apelada, única fornecedora de energia elétrica da região; ao ser acionada na épocab) do sinistro, a apelante constatou que os danos nos equipamentos se deram em razão do pico de tensão na rede elétrica; a responsabilidade civil das empresas concessionárias de serviçosc) públicos é objetiva (art. 37, § 6º, da Constituição Federal); no presente caso é aplicável od) Código de Defesa do Consumidor, por haver nítida relação de consumo; o Juízo imputoue) a quo à apelante ônus probatório diabólico exigindo a comprovação da culpa da apelada pelo evento danoso suportado pela apelante; a solução da questão repousa na causalidade e não na prova daf) culpa da apelada por não ter agido conforme esperado; as telas de computador anexadas aog) processo pela apelada não servem como prova, vez que podem ser alteradas unilateralmente. A parte ré COPEL DISTRIBUIÇÃO S.A. apresentou contrarrazões (movimento nº 76.1), pugnando, em preliminar, a ausência de dialeticidade recursal e, em caso de provimento do recurso de apelação, alega cerceamento de defesa pela negativa de realização de prova pericial. No mérito, requer o desprovimento do apelo. O apelante manifestou-se sobre o alegado cerceamento de defesa (mov. 9.1), na forma do art. 1.009, § 2º, do CPC. É o relatório. II – VOTO A parte apelada sustenta em sede preliminar de suas contrarrazões, que o recurso de apelação interposto viola o princípio da dialeticidade, uma vez que o apelante se restringiu em repetir os argumentos expostos em suas suas petições protocoladas nos autos, não abordando ou combatendo os pontos decisórios. A preliminar não merece acolhida, pois segundo a consolidada jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, “a reiteração, em sede de apelação, de argumentos expendidos em manifestações processuais anteriores, não implica, por si só, na inépcia do recurso, a qual só ocorrerá na hipótese em que as razões do inconformismo não guardarem relação com os (AgRg no AgRg no AREsp 645.743/SP, Rel. Ministro fundamentos da sentença (...)” MARCO , QUARTA TURMA, julgado em 08/11/2016, DJe 21/11/2016).BUZZI A despeito de o apelante ter repetido no recurso parte dos argumentos lançados anteriormente, as razões recursais confrontam satisfatoriamente os fundamentos da sentença recorrida. Há impugnação específica dos aspectos desfavoráveis da decisão (reexame da comprovação do nexo de causalidade), com o efetivo ataque aos seus fundamentos, o que possibilitou, ainda, a apresentação de contrarrazões. Assim, satisfeitos os pressupostos processuais de admissibilidade, tanto extrínsecos como intrínsecos, é de se conhecer do recurso de apelação. Trata-se de recurso de apelação interposto pela seguradora autora em face da sentença que julgou improcedente o pedido inicial formulado na presente ação regressiva. Primeiramente, necessário se faz mencionar que a apelada (Copel Distribuição S.A.) é concessionária de serviço público, razão pela qual responde civilmente, nos mesmos parâmetros do Estado, eis que aplicável a teoria do risco administrativo, consagrado no § 6º, do artigo 37, da Constituição Federal, que dispõe: “§ 6º. As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa”. Assim, a responsabilidade é objetiva, ou seja, independe da existência de culpa. Dispõe o artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor que: "Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. § 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais: I - o modo de seu fornecimento; II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam; III - a época em que foi fornecido". Ademais, o art. 14, § 3º, do CDC, por sua vez, pontua as causas excludentes de responsabilização por defeito na prestação do serviço, quais sejam: "§ 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar: I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste; II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro". Conforme exposto alhures, cuida-se de responsabilidade objetiva da ré e, ainda, incide na espécie a legislação consumerista, sendo que o fornecedor de serviços responde pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos concernentes à prestação dos serviços, independentemente da existência ou comprovação de culpa, sendo, contudo, necessária a prova no nexo de causalidade entre o ato ilícito e o dano. Este é o escólio de Fábio Ulhoa Coelho: “Para a caracterização da responsabilidade objetiva, bastam dois pressupostos: a) dano patrimonial ou extrapatrimonial suportado pelo bcredor; ) relação de causalidade entre a conduta do devedor descrita em lei e o dano do credor. Aqui, o pressuposto subjetivo é (Curso de direito civil, volume 2: Obrigações -irrelevante”. Responsabilidade civil, 5. ed., São Paulo : Saraiva, 2012). Para comprovação do nexo causal e o dano, a seguradora apelante apresentou com a exordial os documentos constantes nos eventos 1.8 e 1.19, consubstanciados pelas apólices nos 33.14.013449844, 33.14.013812248 e 33.14.014541723, extratos obtidos na Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e laudo técnico. Constou nos laudos unilateralmente produzidos pela apelante que o evento foi caracterizado como “ ” (mov. 1.11), (mov. 1.12) e descarga atmosférica “descarga elétrica” “sobrecarga e sobtensão devidos à queda de raios na região (mov. 1.13)na rede elétrica” Por outro lado, a companhia de energia elétrica recorrida apresentou, igualmente, laudo técnico, no qual consta a informação de que nos dias em que a parte autora reputou terem ocorrido os danos (08/11/2015, 15/11/2015 e 16/11/2015) não houve interrupções do fornecimento de energia elétrica ou perturbações no circuito elétrico na unidade consumidora, as quais pudessem causar danos em instalações ou aparelhos elétricos consumidores. Do mais, os Indicadores de Qualidade do Serviço não acusaram a ocorrência de qualquer interrupção de energia na unidade segurada no período do sinistro (mov. 17.2, 17.8 e 17.13). Desta forma, ante a apresentação de provas unilaterais produzidas por ambas as partes que possuem conclusões opostas, mostrava-se indispensável a produção de prova, sob o crivo do contraditório, para esclarecer as circunstâncias em que ocorreram os alegados danos, bem como comprovar a existência do nexo causal. Ocorre que, na espécie, não houve a inversão do ônus probatório, de modo que competia à parte autora a comprovação dos fatos constitutivos de seu direito, ou seja, de que os danos teriam sido causados por ação ou omissão da parte apelada, conforme inteligência do art. 373, I, do CPC. Contudo, a parte autora, ora apelante, ao ser instada a especificar as provas que pretendia produzir se limitou em requerer o julgamento antecipado da lide (evento 28.1), devendo-se, por conseguinte, presumir a inexistência de nexo de causalidade. Sobre o tema, veja-se a doutrina abalizada do Prof. Egas Moniz de Aragão: “O melhor sem dúvida, é o que a lei adota em decorrência da aplicação da teoria do ônus da prova: autoriza o magistrado a julgar em desfavor daquele a quem incumbia produzir a prova necessária a convencê-lo e ou não o fez ou, embora fazendo-o, fê-lo insuficientemente e por isso não logrou o resultado pretendido (formar o convencimento do julgador)”. (Exegese do Código de Processo Civil. Ed. Aide, Vol. IV, tomo I, nº 55, pg. 86). A propósito, esta Câmara assim se manifestou ao apreciar idêntica controvérsia: “APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO REGRESSIVA DE RESSARCIMENTO DO VALOR PAGO EM SEGURO - DESCARGA ATMOSFÉRICA - COPEL - CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO DE ENERGIA ELÉTRICA - INCIDÊNCIA DO CDC - TEORIA DA RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA - IMPOSSIBILIDADE DE INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA - AUSÊNCIA DE HIPOSSUFICIÊNCIA - IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO INICIAL - NEXO CAUSAL NÃO DEMONSTRADO - OCORRÊNCIA DE SOBRECARGA DA REDE ELÉTRICA NÃO COMPROVADA - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS CORRETAMENTE FIXADOS RECURSO DESPROVIDO”. (TJPR - 9ª C. Cível - AC - 1527911-3 - Curitiba - Rel. Des. - Unânime - - J.José Augusto Gomes Aniceto 02.06.2016). Insta, ainda, colacionar o seguinte excerto do inteiro teor do Acórdão supracitado: “Tem-se, assim, que a despeito de o técnico responsável pela elaboração do Relatório de Regulação de Sinistro ter classificado o sinistro como “danos elétricos”, tal conclusão unilateral, por não ter sido produzida sobre o crivo do contraditório, não é suficiente à comprovação da relação de causalidade existente entre o dano ocorrido no equipamento da empresa segurada e alguma conduta (ação ou omissão) da companhia de energia elétrica”. No mesmo sentido, os seguintes arestos: “APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO REGRESSIVA DE DANO MATERIAL – COPEL. EMPRESA CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. DEVER DE PRESTAR SERVIÇO PÚBLICO ADEQUADO, EFICIENTE, SEGURO E CONTÍNUO – SEGURADORA. INDENIZAÇÃO PAGA AO SEGURADO. SUB-ROGAÇÃO NOS DIREITOS DO SEGURADO. INCIDÊNCIA DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO FORNECEDOR DE SERVIÇOS. TEORIA DO RISCO EMPRESARIAL. – DANOS EM EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS E ELETRÔNICOS POR DESCARGA ELÉTRICA. INEXISTÊNCIA DE PROVA DE SOBRECARGA NA REDE ELÉTRICA DA REQUERIDA. AUSÊNCIA DE REGISTRO DE INTERRUPÇÃO DE TRANSMISSÃO. NEXO DE CAUSALIDADE NÃO . –DEMONSTRADO. RESSARCIMENTO INDEVIDO INCIDÊNCIA DE HONORÁRIOS RECURSAIS. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO.”(TJPR - 9ª C. Cível - 0001738-97.2017.8.16.0004 - Curitiba - Rel.: Juiz Substituto em 2º Grau - J. 02.08.2018).Rafael Vieira de Vasconcellos Pedroso “APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO REGRESSIVA DE SEGURADORA. SUB-ROGAÇÃO. DANOS OCORRIDOS EM EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS. CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO - COPEL. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA. ART. 14 DO CDC E 37, § 6º DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. AUSÊNCIA DE INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. AUTORA QUE NÃO SE DESINCUMBIU DO ÔNUS PROBATÓRIA ACERCA DO NEXO DE CAUSALIDADE ENTRE O DANO E A PRESTAÇÃO DE SERVIÇO DA CONCESSIONÁRIA. ART. 333, I, CPC/73. . SENTENÇARESPONSABILIDADE CIVIL NÃO CONSTATADA MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO.”(TJPR - 8ª C. Cível - AC - 1494251-9 - Curitiba - Rel. Des. Clayton de Albuquerque - Unânime - - J. 12.05.2016).Maranhão “APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE RESSARCIMENTO - SEGURADORA EM FACE DO SUPOSTO CAUSADOR DO DANO - ARTIGO 786 DO CÓDIGO CIVIL - SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA - JULGAMENTO ANTECIPADO - MANIFESTAÇÃO DAS PARTES PELA DESNECESSIDADE DE PRODUÇÃO DE OUTRAS PROVAS - SEGURADORA QUE NÃO COMPROVOU O NEXO CAUSAL ENTRE OS DANOS SUPORTADOS PELA EMPRESA SEGURADA E AÇÃO OU OMISSÃO DA COMPANHIA DE ENERGIA ELÉTRICA - ÔNUS -QUE LHE INCUMBIA (ARTIGO 333, INCISO I, DO CPC) RECURSO DESPROVIDO”. (TJPR - 8ª C. Cível - AC - 1430287-5 - Curitiba - Rel. Des. - Unânime - - J.Marcos S. Galliano Daros 18.02.2016). “AÇÃO DE RESSARCIMENTO. VALORES PAGOS EM RAZÃO DE CONTRATO DE SEGURO. DANO SUPOSTAMENTE OCORRIDO POR FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO DE FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DOS CONCESSIONÁRIOS DE SERVIÇO PÚBLICO. ARTS.37, §6º DA CF E 927, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CC. IMPRESCINDIBILIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DO NEXO DE CAUSALIDADE ENTRE O DANO E A FALHA NO SERVIÇO. DOCUMENTOS TRAZIDOS COM A INICIAL QUE NÃO FAZEM PROVA SUFICIENTE DO NEXO CAUSAL. AUTORA QUE PLEITEOU O JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE, SEM SE DESINCUMBIR DO ÔNUS PROBATÓRIO. RESPONSABILIDADE DA RÉ NÃO RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDOCOMPROVADA. E DESPROVIDO”. (TJPR - 8ª C. Cível - AC - 1345839-0 - Curitiba - Rel. Des. - Unânime - - J.Guilherme Freire de Barros Teixeira 18.06.2015). Por estes motivos, merece permanecer intacta a r. sentença. Considerando o desprovimento do recurso, a fim de remunerar o trabalho adicional do procurador da parte adversa e evitar a interposição de recursos infundados, fixa-se honorários recursais em favor do procurador da parte ré em 5% (cinco por cento) sobre o valor atualizado dado à causa (R$ 3.481,60 – mov. 1.1), a ser somado com os já fixados na sentença recorrida, nos temos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil. CONCLUSÃO Ante o exposto, voto por e ao recurso deconhecer negar provimento apelação, mantendo-se integralmente a r. sentença, com a fixação de honorários recursais em favor do procurador da ré. III - DISPOSITIVO ACORDAM OS MAGISTRADOS INTEGRANTES DA NONA CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ, POR UNANIMIDADE DE VOTOS, EM CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO DE APELAÇÃO, NOS TERMOS DO VOTO DO RELATOR. O julgamento foi presidido pelo Desembargador José Augusto Gomes Aniceto, sem voto, e dele participaram Desembargador Coimbra de Moura (relator), Juiz Subst. 2ºgrau Guilherme Frederico Hernandes Denz e Desembargadora Vilma Régia Ramos de Rezende. Curitiba, 13 de dezembro de 2018. DES. COIMBRA DE MOURA Relator
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