Detalhes do documento

Número: 5911/2024
Assunto: 1.Regulamentação 2.Presidência 3.Cobrança 4.Taxa de Ocupação 5.Lei Estadual nº 12.216/1998 6.Abril 7.Ano 2024 8.Março 9.Ano 2025 10.Secretaria de Infraestrutura 11.Direção do Fórum 12.Secretaria de Licitações, Contratos e Convênios 13.Secretaria de Finanças 14.Coordenadoria de Arrecadação e Fiscalização 15.IPC-FIPE 16.Lei Federal nº 9.069/1995 17.Resolução nº 89/2013-OE 18.Revogação 19.Portaria nº 5.599/2023
Data: 2024-04-22 00:00:00.0
Diário: 3646
Situação: VIGENTE
Ementa: Dispõe sobre a regulamentação da cobrança da Taxa de Ocupação, prevista na Lei Estadual nº 12.216/98, para o período de 1º de abril de 2024 a 31 de março de 2025.
Anexos:

Referências

Documento citado: Resolução nº 89/2013-OE Resolução nº 89-03/06/2013 Abrir
Portaria nº 5.599/2023 Port 5599 0048950-61.2023.8.16.6000 Abrir
LEI: Lei Estadual nº 12.216/1998   Abrir
Lei Federal nº 9.069/1995   Abrir

Documento

PORTARIA Nº 5911/2024 - P-SEP


Dispõe sobre a regulamentação da cobrança da Taxa de Ocupação, prevista na Lei Estadual nº 12.216/98, para o período de 1º de abril de 2024 a 31 de março de 2025.

O PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ, no uso de suas atribuições legais e observado o contido na Resolução nº 89, de 03 de junho de 2013, do Órgão Especial, e considerando o contido no protocolo SEI nº 0033331-57.2024.8.16.6000,

 

RESOLVE


Art. 1º Fixar os valores da Taxa de Ocupação pelo uso das dependências dos imóveis pertencentes ou sob a administração do Poder Judiciário, de 1º de abril de 2024 a 31 de março de 2025.

Art. 2º A Taxa de Ocupação será composta pela parcela referente ao uso do espaço físico, considerada a área efetivamente ocupada, expressa em metros quadrados, e pela parcela relativa ao rateio do custo médio mensal das despesas necessárias de manutenção do prédio, conforme a expressão abaixo:
T = (AO . M) + (AO . Cm / AC)
Sendo:
a) “T”, o valor mensal da Taxa de Ocupação, expresso em Reais (R$);
b) “AO”, a área efetivamente ocupada, expressa em metros quadrados (m²);
c) “M”, o valor do metro quadrado locatício comercial da região onde está instalado o prédio, expresso em Reais (R$);
d) “Cm”, o custo médio mensal das despesas de manutenção, expresso em Reais (R$); e
e) “AC”, a área construída do imóvel, expressa em metros quadrados (m²).

Art. 3º A área efetivamente ocupada e a área construída do imóvel, expressas em metros quadrados, serão apontadas pela Secretaria de Infraestrutura e pela Direção do Fórum em questão, desconsiderando-se as salas de audiências, o gabinete do magistrado e a área comum.
Parágrafo único. No caso de serventias em regime de acumulação, ocupantes do mesmo espaço físico e às quais não é possível delimitar área própria, cada serventia será considerada uma cota-parte para o rateio da área ocupada.

Art. 4º O custo médio mensal das despesas de manutenção terá como base os gastos com fornecimento de energia elétrica, abastecimento de água e coleta de esgoto, realizados no período de janeiro a dezembro de 2023, bem como outras despesas, realizadas no mesmo período, comprovadamente indispensáveis à utilização do imóvel.
Parágrafo único. Os valores despendidos serão apontados pela Secretaria de Licitações, Contratos e Convênios e pela Secretaria de Finanças.

Art. 5º O valor do metro quadrado locatício comercial da região onde está instalado o prédio será aferido pela Coordenadoria de Arrecadação e Fiscalização da Secretaria de Finanças, por meio de consultas à imobiliárias, à Direção do Fórum ou ao Avaliador Judicial da comarca.

Art. 6º O valor da Taxa de Ocupação será reajustado, a critério da Presidência, por meio:
I - da aplicação da fórmula contida no art. 2º, levando-se em conta valores atualizados do metro quadrado locatício comercial da região do prédio e do custo médio mensal das despesas de manutenção; ou
II - da aplicação do percentual de variação do IPC-FIPE.
§ 1º Em nenhuma das hipóteses o reajuste será inferior à variação do IPC-FIPE entre 1º de março de 2023 e 28 de fevereiro de 2024.
§ 2º Em nenhuma das hipóteses o reajuste será superior à variação do IPC-FIPE entre 1º de março de 2022 e 28 de fevereiro de 2024.
§ 3º Se o percentual de reajuste decorrente da aplicação da fórmula contida no art. 2º for inferior à variação do IPC-FIPE entre 1º de março de 2023 e 28 de fevereiro de 2024, aplicar-se-á tal índice.
§ 4º Se o percentual de reajuste decorrente da aplicação da fórmula contida no art. 2º for superior à variação do IPC-FIPE entre 1º de março de 2022 e 28 de fevereiro de 2024, aplicar-se-á tal índice.
§ 5º O disposto no parágrafo primeiro deste artigo não se aplica à cobrança por alterações de área de serventias e terceiros cessionários ocorridas no período de 1º de abril de 2023 a 31 de março de 2024.
§ 6º No caso de terceiros cessionários, exceto instituições financeiras, o percentual de reajuste será aplicado uniformemente a todas as suas unidades, nos termos do § 3º do art. 7º desta Portaria.
§ 7º Ao reajuste da Taxa de Ocupação das instituições financeiras não se aplicam os §§ 2º, 4º e 6º deste artigo.
§ 8º No caso das instituições financeiras, se a aplicação da fórmula contida no art. 2º for inferior ao maior percentual aplicado a qualquer serventia situada na mesma comarca em que a instituição financeira esteja instalada, aplicar-se-á tal índice.

Art. 7º Nas licitações para a concessão ou a permissão de uso de espaços do Poder Judiciário, objetivando o exercício de atividades mercantis por empresas privadas, a Taxa de Ocupação será calculada conforme dispõe o art. 2º, observada ainda a aplicação dos demais critérios previstos em legislação federal.
§ 1º Considera-se como termo inicial do reajuste da taxa de ocupação, na hipótese de concessão de uso precedida de licitação, a data da assinatura do contrato, conforme art. 28, § 3º, inciso III, da Lei Federal nº 9.069/95.
§ 2º Os terceiros cessionários que exploram serviços de cantina, exclusivamente em relação aos períodos de recesso forense, ficam isentos do pagamento da Taxa de Ocupação.
§ 3º O índice para reajuste da taxa de ocupação, na hipótese de concessão de uso precedida de licitação, será definido no edital e no respectivo contrato. Em caso de omissão será reajustada pelo índice IPC-FIPE acumulado nos últimos 12 (doze) meses.

Art. 8º O valor da Taxa de Ocupação permanecerá fixo por 12 (doze) meses, de abril de 2024 a março de 2025, com vencimento no último dia de cada mês.
§ 1º O valor mensal da Taxa de Ocupação não poderá ser inferior a R$ 68,16 (sessenta e oito reais e dezesseis centavos), excetuando-se os contratos firmados até 18 de março de 2010.
§ 2º Em nenhuma hipótese haverá redução do valor devido da taxa de ocupação, salvo os casos de isenção previstos nos artigos 7º, §2º e 11 desta Portaria e eventual alteração contratual.

Art. 9º As parcelas deverão ser pagas até a data de vencimento, ou até o dia útil imediatamente subsequente à data de vencimento, se esta se der em sábado, domingo ou feriado.
§ 1º A inobservância do prazo estabelecido no caput deste artigo acarretará:
I - multa de 0,33% (zero vírgula trinta e três por cento) por dia de atraso, limitada a 20% (vinte por cento) sobre o valor da parcela; e
II - juros simples de 0,033% (zero vírgula zero trinta e três por cento) por dia de atraso, também incidentes sobre o valor da parcela.
§ 2º A contagem dos dias de atraso e a cobrança de juros inicia-se no primeiro dia após vencimento da parcela e estende-se até o dia em que ocorrer seu pagamento.

Art. 10. A arrecadação será feita por intermédio de talões, contendo guias de recolhimento, que serão encaminhados por meio:
I - do Sistema Mensageiro, para as serventias; ou
II - de correio eletrônico ou correspondência com aviso de recebimento, para terceiros cessionários.
Parágrafo único. Os Juízes de Direito ou seus Substitutos, também ficarão responsáveis pela fiscalização do pagamento da Taxa de Ocupação, na forma estabelecida pelo art. 40 do Decreto Judiciário nº 153/99.

Art. 11. Ficam isentos do recolhimento da Taxa de Ocupação, considerando a área efetivamente ocupada:
I - as serventias estatizadas do foro judicial;
II - as serventias privadas do foro judicial das comarcas de entrância inicial;
III - as serventias privadas das varas judiciais que tenham como competência:
a) Infância e Juventude;
b) Crime;
c) Juizado Especial Cível;
d) Juizado Especial Criminal;
e) Juizado Especial da Fazenda Pública.
IV - as serventias privadas das varas judiciais que tenham como competência exclusiva, acumuladas entre si ou com as do inciso III deste artigo:
a) Família e Sucessões;
b) Acidentes do Trabalho;
c) Registros Públicos e Corregedoria do Foro Extrajudicial.
V - os seguintes órgãos públicos:
a) o Ministério Público;
b) a Defensoria Pública;
c) a Polícia Militar;
d) a Procuradoria Fiscal do Estado;
e) os cartórios eleitorais;
f) outros órgãos públicos, desde que autorizados pela Presidência do Tribunal de Justiça, pelo Secretário-Geral ou pelo Vice-Secretário-Geral.
VI - a Ordem dos Advogados do Brasil;
VII - os conselhos da comunidade e associações que desenvolvam atividades que trazem benefícios diretos à coletividade que utilizam espaços físicos nos fóruns ou edificações do Poder Judiciário;
VIII - as exposições sem fins lucrativos ou com fins filantrópicos.
§ 1º Os órgãos públicos, a critério da Presidência, do Secretário-Geral ou Vice-Secretário-Geral, conforme previsto em contrato ou convênio, poderão ser dispensados apenas do recolhimento da parcela referente à utilização do espaço físico.
§ 2º Nos casos em que a vara judicial acumular competências, cada competência, exceto Juizados Especiais, será considerada uma cota-parte para efeitos do cálculo da Taxa de Ocupação.
§ 3º As serventias arroladas no inciso IV, quando acumuladas com outras não isentas do recolhimento da Taxa de Ocupação, terão o benefício da redução de 50% (cinquenta por cento) no valor da respectiva cota-parte.
§ 4º Para os benefícios da isenção do recolhimento da Taxa de Ocupação ou da redução do valor da cota-parte, serão consideradas as varas formalmente anexadas e instaladas.
§ 5º O Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, visando garantir a continuidade do serviço público, poderá, excepcionalmente, conforme conveniência e oportunidade, suspender a cobrança ou, eventualmente, conceder isenção total ou parcial, em razão de acontecimentos extraordinários decorrentes de caso fortuito ou força maior que afetem a capacidade econômica de unidade sujeita ao pagamento da taxa de ocupação.

Art. 12. Os pedidos para uso de espaço nos Fóruns serão submetidos ao respectivo Juiz Diretor, o qual fará a análise preliminar e os encaminhará à Presidência para apreciação da sua conveniência e da necessidade do procedimento licitatório.
Parágrafo único. Os pedidos para os demais prédios serão encaminhados diretamente à Presidência.

Art. 13. A utilização esporádica das dependências dos Fóruns ou edificações do Poder Judiciário por terceiros se dará nos termos da Resolução nº 89/2013, do Órgão Especial.
Parágrafo único. Se a ocupação referida no caput tiver caráter oneroso, os valores devidos a título de Taxa de Ocupação serão recolhidos mediante guia e calculados sobre a metragem da área ocupada, conforme a tabela abaixo:
1 m² até 10 m² R$ 69,13 ao dia
11 m² até 50 m² R$ 190,19 ao dia
51 m² até 100 m² R$ 459,89 ao dia
Acima de 101 m² R$ 1.442,26 ao dia

Art. 14. As alterações de metragem da área efetivamente ocupada por serventias serão submetidas ao Juiz Diretor do Fórum e encaminhadas à prévia análise técnica da Secretaria de Infraestrutura.
§ 1º As alterações de metragem da área ocupada por terceiros cessionários serão apreciadas na forma do caput, e ainda submetidas à análise da Secretaria de Licitações, Contratos e Convênios quanto ao aspecto contratual e sua submissão à Presidência.
§ 2º As Secretarias de Infraestrutura e de Licitações, Contratos e Convênios informarão à Secretaria de Finanças acerca das alterações de metragem efetivamente ocorridas.

Art. 15. Quando houver alteração de metragem da área efetivamente ocupada, a Taxa de Ocupação será recalculada e cobrada desde a data da alteração, ou retroativamente a ela, se for o caso.

Art. 16. No caso de terceiros cessionários, o marco inicial à cobrança da Taxa de Ocupação será a data da assinatura do contrato ou aquela nele prevista.
§ 1º Se, excepcionalmente, a ocupação ocorrer antes da celebração do contrato, esse período também será onerado.
§ 2º Os efeitos da cobrança cessarão no primeiro dia subsequente ao término da vigência do contrato ou no primeiro dia subsequente à data da sua rescisão.
§ 3º Se, excepcionalmente, o espaço permanecer ocupado após o término da vigência do contrato ou sua rescisão, o período decorrido até a efetiva desocupação também será onerado.
§ 4º A desocupação informal não exime o cessionário do recolhimento da Taxa de Ocupação.
§ 5º O pedido de rescisão deverá ser submetido à Secretaria de Licitações, Contratos e Convênios.

Art. 17. Os requerimentos administrativos não suspendem ou interrompem a obrigatoriedade do recolhimento mensal da Taxa de Ocupação.

Art. 18. O não cumprimento do disposto nesta Portaria sujeitará os auxiliares da justiça às penalidades previstas no Código de Organização e Divisão Judiciárias.
Parágrafo único. No caso de terceiros cessionários, o não cumprimento do disposto nessa Portaria os sujeitará às multas e às penalidades estipuladas nos contratos.

Art. 19. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, ficando revogada a Portaria nº 5599/2023.

PUBLIQUE-SE. CUMPRA-SE.

Curitiba, 18 de abril de 2024.


DES. LUIZ FERNANDO TOMASI KEPPEN
Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná